sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O carnaval que não ficou na saudade


“Ô abre alas que eu quero passar!”

 - Alô?
- Boa noite é o Jorge - voz sorridente e agitada do outro lado da linha.
- Eu sei. Tudo bem?
- Tudo, só muito trabalho. Você sabe né? Esta semana tá uma loucura!
- Humrum...Eu compreendo – contrariedade na voz – ainda no trabalho?
- Ainda, mas já estou perto de sair.
- Não sei como você aguenta tantas responsabilidades. Já são mais de 8 horas da noite.
- Pois é, mas vai mudar. Mais uma vez o chefe marcou uma reunião interminável. Ainda nem almocei. Tô louco para tomar um banho e me esparramar no sofá.
- Sei. Não deu certo o filme que combinamos pra hoje, né?
- Acabei de falar da reunião. Você não ouviu? 
- Ao menos avisasse, para eu não ficar esperando.
Amor, me desculpe! Passei o dia na reunião, nem fui ao banheiro. Só paramos para um cafezinho rápido. Liguei assim que pude.
- Certo amor!
- Amor, preciso desligar. Estava só concluindo aqui um assunto e resolvi 
ligar.
- Mas já? 
- Quando eu chegar a gente conversa, certo?
- A gente conversa depois. 
- Tá bom! Você que manda. Te amo muito! Beijo.
- Beijo amor! 
- Ei, tô com saudades!


 “Tanto riso, tanta alegria, mais de mil palhaços no salão.”

Tão logo o silêncio se restabeleceu, Norminha voltou a fazer as malas. 

Resolvera que no feriado de carnaval iria para Serrote do Meio, um lugarzinho perto de Santa Tereza, visitar sua tia Idelzina que está morre-não-morre. É uma tia distante que mora mais longe ainda, mas será um bom motivo para botar a cabeça no lugar, longe das desculpas do Jorge e da confusão do Rei Momo.

De repente um sentimento de culpa visitou sua mente. Não disse nada para o Jorge. Não era justo. 

Um diabinho mental entrou saltitante em cena: tem problema não! Quantas vezes ele se esquece de lhe avisar das viagens dele? Esquece-se de desmarcar os encontros. Ele nem vai se importar e nem pode, não tem o direito!

Venceu o diabinho. Efeito do carnaval? 

Norminha pediu um taxi e desapareceu no meio da multidão. Mas antes de chegar à BR 020, disparou um torpedo informando o seu destino.

Na quarta-feira de cinzas Jorge esperava o ônibus na rodoviária de Fortaleza. Na mão direita um ramalhete de rosas, na outra mão sua pasta de trabalho, abarrotada de papeis que tivera que preparar durante o carnaval. 

Somente quando o ultimo passageiro desceu, Jorge percebeu que Norma não viera. 


“Encontrei hoje cedo no meu barracão, minha roupa de Conde no chão.”

No meio da reunião, o telefone de Jorge chama. Era Norminha. Mas teria que esperar. Depois ele retornaria - como de hábito.



"Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu..."

Façamos votos para que Jorge e Norminha se acertem. Que fique tudo bem entre eles. Não cabe julgar os motivos e os sentimentos que os movem.

Afinal de contas arranjamos desculpa para tudo, basta que seja conveniente para nós. 

Mas a oportunidade perdida raramente volta. E o tempo perdido já era!

E não vou deixar passar esta oportunidade. Inspirado pela história de Jorge e Norminha, quero lhe propor algo interessante

Imagine você ganhando na loteria. 

Imaginou? Maravilha, não?

Vamos fazer melhor ainda: Imagine você ganhando sozinho o prêmio máximo.

Bom demais, hein? Em pleno carnaval.

Mas tem uma condição: você terá que gastar tudo em um só dia, e no dia seguinte você o receberá novamente para gastá-lo de novo num prazo de apenas 24 horas. Outra coisa: esse prêmio será somente seu, não poderá ser dividido com ninguém.

Imaginou? O que você faria?

Gastaria tudo em um só dia ou apenas o essencial, mesmo sabendo que tudo viria novamente no dia seguinte?

Pois seja qual for a sua resposta, fique sabendo que a cada dia você recebe um prêmio de 1.440 minutos, intransferíveis, para vivê-los da melhor forma possível. 

Não tem como guardar para depois, nem importa a forma como você os utiliza. Cada minuto só pode ser usado neste exato momento.

Deixe o coração decidir pelas prioridades da aplicação do seu tempo. Lembrando que ninguém é obrigado a ir atrás do trio elétrico.

“Você falou que junto comigo não mais desfilava que se a minha escola perdesse você não ligava.” 



Tenha Um Bom Carnaval e Um Feriado Maravilhoso!


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